terça-feira, 18 de agosto de 2015

#6 Sozinha

Cansada de procurar, cansada de viver como alguém insignificante, alguém invisível que ninguém parecia reparar. Não fazia falta nenhuma. Que razão tinha para viver. A sua falta não seria notada. Só queria um laivo de atenção, um gesto de amor. Desistiu de tentar. Os dias sucediam-se uns aos outros, sempre iguais. Esqueceu do que procurava. Entregou-se ao silêncio, deixou que este a preenche-se. E o vazio acabou, afinal nunca este vazio. O silêncio sempre esteve lá, segurando a sua mão, apenas o ruído interior a impedia de o sentir. Aquilo que procurava, afinal era ela própria. Nunca mais esteve sozinha.

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